"Ser feliz é uma actividade que requer toda uma vida e não pode existir em menos tempo" - Aristóteles, Ética a Nicómaco
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Produtividade
Uma coisa é a produtividade enquanto conceito, enquanto rácio entre quantidades, por exemplo, de produção física e unidade de trabalho, ou unidade de capital…ou de valor da produção e quantidade de fatores, sempre numa perspetiva do custo (preço), em cada momento. Neste caso, a produtividade depende dos valores disponíveis para cada um dos termos da relação. Estes valores são encontrados através de registos, de um determinado período, como por exemplo o PIB.
Associar a “bondade” da produtividade, sem mais, ao crescimento económico, é algo perverso, porque este pode ser obtido à custa de sacrifícios desproporcionados…
Outra coisa é a produtividade enquanto realidade (mensurável ou não), que pode ser maior, menor ou igual, à de diferentes períodos e que, ainda assim, varia de setor para setor e de ramo para ramo… Mas, em geral, só conta com “ganhos/perdas de eficiência” empresarial, quando há ganhos/perdas de eficiência das famílias e das instituições, em múltiplos níveis e não apenas dos custos.
Em ambos os casos estamos a falar de quantidades, independentemente das qualidades e nem sequer estamos a falar de melhorias ou piorias.
Em termos de valor acrescentado, não podemos ignorar, por exemplo, que o acesso aos computadores e à internet veio revolucionar a relação dos consumidores/famílias/particulares, com os outros agentes económicos, e também o modo como resolvem inúmeros dos seus problemas de autoprodução/autoconsumo.
Infelizmente, não será para breve que os humanos deixarão de trabalhar. Digo infelizmente porque bom seria que o trabalho fosse feito por robôs e os humanos pudessem viver para a especulação, a conjetura, a investigação, as artes, o desporto, o amor, a justiça, a paz.
Para além destes, não é fácil vislumbrar domínios em que os robôs não sejam melhores do que nós a fazer o que lhes ensinamos.
Entretanto, não é de esperar que o crescimento e a produtividade ocorram em cenários de uma concentração dos rendimentos que ultrapasse os limites críticos do consumo, abaixo dos quais aqueles não podem ocorrer.
De resto, e considerando que existem mecanismos e sistemas de medida e controle das quantidades/tipos de riqueza e respetivas apropriações/distribuições, tudo acabará por ser apenas um problema de cálculo em busca da máxima rendibilidade possível, sim, possível, com mais ou menos robôs.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
A virtude do vício e o vício da virtude
O vício, como antónimo de virtude, não me interessa.
Pode-se
ser viciado em virtude? Penso que sim.
O
vício da virtude não deixa de ser um vício.
Então, qual a diferença entre a
virtude do vício e o vício da virtude?
sábado, 10 de dezembro de 2016
Fins lucrativos
Os fins lucrativos...Não é que justifiquem coisa alguma, mas são a
charneira do capitalismo, justificados pelo capitalismo enquanto modo de
produção que tem tido uma história cujas coerências, até "há pouco",
sobrelevavam as incoerências. Refiro coerências como poderia dizer lógica do
jogo, ou lógica dentro de um universo. A atenção dos agentes económicos está e
"não pode" deixar de estar "presa" a tudo e quase só o que
é susceptível de lucro. Existe outra coisa?-pergunta o jogador.
As humanidades (direito, ordem, segurança, filosofia, educação,
antropologia, história, ciência da religião, arqueologia, teoria da arte,
cinema, dança, teoria musical, design, literatura, letras, filologia, etc.)
estão para as outras ciências, de algum modo, no que respeita a lucros, como o
campo está para o agricultor e os oceanos para o pescador.
A democracia e a plutocracia são duas faces da realidade atual, a pobre a
quem é concedido sobreviver mediante vassalagem e a rica que se louva nas
virtudes da pobre.
Se porventura houvesse investimento nas ciências humanas, que de longe se
parecesse com o que tem sido feito nas outras ciências/tecnologias (que também
são humanas, obviamente), e nem precisava de ser aproximado do que se faz, por
exemplo, no futebol, acredito que todas as causas da humanidade perdidas nos
últimos séculos, incluindo guerras, teriam sido ganhas no tribunal do
conhecimento. Mas a cegueira ocupa o topo da hierarquia dos poderes, não por
mérito de visão, mas por inerência da cupidez...e dos fins lucrativos.quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Perspetivas críticas
Não vou alargar-me em considerações, mas
louvo a análise que é feita com abertura de perspetivas críticas.
Todas as estratégias e metodologias para
ensinar padecem do mesmo vício, qual seja o de, eficientemente, quererem
"levar" o aprendiz a saber, fazer, reproduzir, determinadas matérias
que lhe são alheias.
Há em tudo isso uma violência, que
alguns louvam, mas que uma boa parte, preferia não ter sofrido.
Sempre (sempre) no pressuposto do
interesse do próprio, submete-se o indivíduo, não apenas a uma visão (religião,
ideologia, crença), mas também a uma condição inelutável de "estar
sujeito".
O haver "um preço a pagar
para..." já é uma situação de privilégio. Abandonada a pedagogia da
palmatória e do chicote, nem por isso se deixou de recorrer a instrumentos de
persuasão, de coerção e de humilhação e de castigo.
Em geral, assiste-se, hoje, a uma
culpabilização da criança e do jovem, primeiro, por viverem à custa de alguém,
nomeadamente dos subsídios para a sua formação (obrigatória).
É óbvia a dificuldade de lhes imputar
responsabilidades pelo que quer que seja. Sê-lo-ia se fossem adultos, muito
mais por o não serem.
É toda uma filosofia e uma concepção
sobre a natureza do homem e os processos de socialização/aprendizagem, que
subjazem ao paradigma educacional atual, que vale a pena questionar e pôr em
causa.
sábado, 26 de novembro de 2016
Máquina de dinheiro
O mercado, e não apenas o mercado de trabalho, enquanto oferta e procura a
determinado preço, é uma das formas possíveis de um sistema de trocas e está
condicionado pelos poderes no mercado.
Seria bom que o mercado fosse um factor de justiça e de desenvolvimento e
nunca o contrário. Verificamos que há muitos mercados e que uns interferem nos
outros, nem sempre no bom sentido. Se os mercados fossem mercados de
mercadorias propriamente ditas, de bens e serviços, já seria difícil assegurar
a liberdade de mercado.
Mas como os mercados se sublimaram em "mercado" do dinheiro,
sendo este o grande e indomável estruturador dos nossos tempos, o ponto de dependência,
crescente, dos mercados relativamente às estruturas financeiras, subverte o
sentido corrente da palavra mercado, esvaziando-a, porque um mercado de
dinheiro, nem em sentido metafórico, é um mercado.
Então, vou pensar na hipótese, que me parece promissora, de o dinheiro
acabar e de, nem por isso, diminuir a quantidade de bens e serviços.sábado, 19 de novembro de 2016
Para ser científico
Sou contra todas as tentativas de "imposição" de crenças, religiosas, científicas, filosóficas, ideológicas... Mas o que é mais corrente é isso: todos, desde os ateus aos cépticos, não param de tentar "expandir" a sua fé.
Na ciência é a mesma diligência. E por aí fora.
Mas eu sou contra isso, porque sou preguiçoso e não me preocupo com a sorte das pessoas após a vida.
Preocupo-me com a sorte dos vivos, tanto daqueles que são vivos de mais como daqueles que são vivos o suficiente para viverem à custa dos menos vivos, ou dos mortos.
A minha preguiça tem a ver com isso, com a preocupação que tanta gente que me não conhece tem por mim. Eles são escritores, poetas, cientistas, papas, políticos, militares, médicos, professores, juízes, polícias, cantores, construtores de automóveis e de aviões, farmacológicas, etc., etc..
Habituado, como estou, desde que nasci, a ver tanta gente envolvida em "guerras" e em "pazes" por minha causa, deixei de me preocupar. Afinal, não preciso de me preocupar.
Mas preocupo-me porque quero paz e liberdade, não quero que me forcem a ser feliz, não quero que sejam infelizes só porque eu não me vou salvar.
Enfim, a minha preguiça não vai tão longe que eu não queira dialogar.
Então, sempre que me aparece um artista, um cientista, um "iluminado", um político...que me quer salvar, eu agradeço e peço apenas uma coisa em troca de ouvir: que me deixem falar tanto quanto os ouça.
E marco no relógio. Para ser científico.
Assim, eu tenho alguma certeza de estar de igual para igual.
sábado, 12 de novembro de 2016
O que é transparente não se vê?
Se as notícias que temos correspondem
aos factos, temos que lamentar as condutas dos visados (a propósito da Administração da CGD).
Se as notícias não correspondem aos
factos, temos que lamentar, tanto ou mais ainda, que não sejamos informados,
mas desinformados, com a conivência dos responsáveis políticos que deixam andar
tudo em águas turvas, por conveniência inadmissível.
Seja como for, a ideia de que a gestão
de uma empresa privada e de uma instituição/empresa pública se pauta pelos
mesmos princípios e lógica de interesses, apesar de ser bastante comum (como se
o Estado concorresse com os privados para arrecadar os ganhos que estes
pudessem ter) é estapafúrdia e demagógica.
Eu apostava que indivíduos que fazem
muitos lucros nas empresas privadas (se calhar o Trump é um desses) não podem
ser bons gestores, nem governantes, em instituições públicas.
Não discuto questões de eficiência e de
produtividade física, refiro-me, por exemplo, ao facto de que o Estado, quando
tira é para dar/pagar e, quando paga, toda a gente tem o direito de saber o quê
e a quem e porquê.
A gestão do aparelho do Estado, se tem
algum paralelo com a gestão privada de uma empresa, ou grupo de empresas, é por
estar nos "antípodas" destas. Acredito que, mais cedo ou mais tarde
vai ser preciso assumir a necessidade de formação de gestores vocacionados para
a gestão pública e, no que respeita à política, a mera vontade, ainda que
sufragada por maiorias, não convém aos que querem e esperam e lutam pelo
melhor, ou seja, pelo que assenta em fundamentos de governabilidade
consistentes.
No mesmo sentido, se queremos que a
política deixe de ser o domínio dos oportunistas e dos oportunismos, se
queremos afastar da política a peçonha da demagogia e dos pedintes de votos,
que vergonhosamente se sujeitam até serem eleitos, chantageando e sendo
chantageados, vai ser preciso definir um perfil ao qual deverá corresponder
quem quiser candidatar-se e submeter-se a eleições. Nada é mais desmoralizador
do que o espectáculo e as consequências que nos têm proporcionado as
democracias e os seus sistemas eleitorais.
Mas, voltando à gestão, existe uma
cortina "blackout" no domínio financeiro, que separa o comum dos
mortais (robertos) dos senhores desse(s) mercado(s) manipuladores dos
cordelinhos. Eles riem dizendo que toda a gente sabe que assim é, que faz parte
do "espectáculo", mas quando o espectáculo não tem graça, o que se
passa atrás da cortina é o que mais interessa e vemos que é um jogo que nos diz
respeito.
sábado, 29 de outubro de 2016
Paradigmas falidos
Dou
comigo a pensar que a realidade já ultrapassou, há muito, os modelos sociais,
económicos, políticos, ideológicos, religiosos, científicos...que continuamos a
defender, mas que, como paradigmas falidos, nada mais têm para nos proporcionar
do que a vista do abismo.
Os nossos
sistemas de inteligência (num sentido muito amplo) estão acoplados aos nossos
sistemas de interesses, de tal modo que, dificilmente, a nossa visão das coisas
não é "toldada" pelo nosso interesse (determinado pelas variáveis
envolventes).
Por exemplo, recuando há cerca de 200 anos, ninguém "profetizaria", na euforia das revoluções, que o capitalismo encontraria os seus limites mais decisivos, não no seu princípio de incentivo à iniciativa e ao empreendedorismo, mas na necessidade de travar os efeitos demolidores das atividades humanas focadas nos lucros, uma vez que estes são cegos, surdos, mudos e têm como "racionalidade" o poder (razão necessária e suficiente).
Ora, o que há 200 anos parecia ser uma estratégia promissora, num planeta ainda intacto, imenso e "inesgotável", também ditava uma visão das políticas...educativas, em consonância.
Por exemplo, recuando há cerca de 200 anos, ninguém "profetizaria", na euforia das revoluções, que o capitalismo encontraria os seus limites mais decisivos, não no seu princípio de incentivo à iniciativa e ao empreendedorismo, mas na necessidade de travar os efeitos demolidores das atividades humanas focadas nos lucros, uma vez que estes são cegos, surdos, mudos e têm como "racionalidade" o poder (razão necessária e suficiente).
Ora, o que há 200 anos parecia ser uma estratégia promissora, num planeta ainda intacto, imenso e "inesgotável", também ditava uma visão das políticas...educativas, em consonância.
A palavra
de ordem era "explorar, desbravar, esventrar, transformar, romper
barreiras, construir, industrializar, dinamizar, mecanizar, consumir...".
Nem por um momento se pensava que tudo isso era o princípio de um momento efémero, de um ápice, e o mais autodestrutivo da história.
Não havia religião, ideologia ou ciência que se apercebessem de que o mundo iniciara uma aventura perigosa; pelo contrário, até das pobrezas, das explorações humanas e das guerras, se extraía um otimismo reinante, sob os auspícios e a suprema legitimação dos ganhos materiais (que se justificavam a si mesmos).
Nem por um momento se pensava que tudo isso era o princípio de um momento efémero, de um ápice, e o mais autodestrutivo da história.
Não havia religião, ideologia ou ciência que se apercebessem de que o mundo iniciara uma aventura perigosa; pelo contrário, até das pobrezas, das explorações humanas e das guerras, se extraía um otimismo reinante, sob os auspícios e a suprema legitimação dos ganhos materiais (que se justificavam a si mesmos).
Não é de
estranhar que, nesse "clima", não houvesse contemplações para com
miseráveis e até os poetas e os bardos infelizes, que expressavam angústias de
músicos perturbados por ruídos cada vez mais insuportáveis, não passavam de uns
acidentes...
Aliás,
para os sentimentos "negativos" e angústias "inexplicáveis"
havia terapêutica médica e, como prevenção, a educação.
Bem,
abreviando, não é apenas o sistema de educação que tem de ser repensado. O
mundo já não é o que era e os paradigmas em que se baseou a atividade humana
que nos conduziu até aqui, já mostraram os perigos em que nos colocaram. A
própria ideia de empreendedorismo tem um significado diferente do que teria há
100 anos.
Os
Estados não vão permitir mais que os grandes interesses coletivos sobre o
ambiente, os solos aráveis, a vida dos oceanos, os recursos naturais, em geral,
a educação, a saúde e a justiça, fiquem nas mãos de indivíduos que têm como
único critério de ação a obtenção do máximo proveito pecuniário.
No tocante à
ciência, não vejo mal nenhum em que os Estados a deixem por conta dos
interesses privados, desde que não se coloquem em situação de dependência e de
subserviência relativamente a esses interesses.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
O conceito de conhecimento poderoso
Quantos de nós começamos por aprender sem buscar nada? E acabamos a buscar conhecer sem ser por nada? Embora, desde cedo, nos tenhamos apercebido, de que tantos outros buscavam e buscam sistematicamente o conhecimento poderoso? De preferência tudo aquilo que não se ensina nas escolas, porque "o segredo é a alma do negócio"?.
De qualquer modo, o conhecimento poderoso não seduz e não interessa a todos. Pode até ser uma boa estratégia, na perspetiva das políticas educativas, mas aí o que está em causa é o interesse coletivo e não o interesse individual.
Para instrumentalizar o conhecimento também é preciso conhecimento sobre instrumentalizar, sobre custos e sobre as finalidades. Isso do conhecimento poderoso, até pode ser fácil de perceber o que é, mas porquê e para quê e à custa de quê, pode não ser tão simples.
Sem considerar outro lado da questão: basta querer para acontecer conhecimento poderoso?
O próprio conceito de conhecimento poderoso é muito vago e relativo, porque o que é poderoso, rapidamente, deixa de o ser, basta generalizar-se...
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
Para que serve o humanismo?
Não
deixo de pensar, dramaticamente, que as ideologias têm uma função determinante
na organização social e económico-política.
E que, sem esta organização, o mundo colapsaria (?)
rapidamente (?), tal é o “peso” do fator humanidade na equação.
Não podemos isolar o humanismo personalista das
restantes realizações humanas que têm contribuído para resolver problemas do
homem.
Mas, aparentemente, nem todos trabalham para resolver
problemas do homem.
Incrivelmente, muitas pessoas, mesmo nos sistemas
civilizacionais que, assumidamente, se baseiam na pessoa, são tratadas, afinal,
como sendo o problema, não um problema de ordem teórica, mas de ordem prática,
do tipo “excrescência”… E há quem tenha pesadelos com "máquinas
trituradoras".
Só por si, de nada nos valeriam todas as ciências e
tecnologias se o mundo colapsasse.
No fim, só o humanismo poderia socorrer-nos: a solidariedade (é
coisa e de pobres e desgraçados, os ricos não precisam disso até serem pobres), amor
(é coisa misteriosa que o dinheiro não compra), música (é
coisa de alienados dançantes), religião (é coisa de
analfabetos que só têm defeitos), filosofia (amor pela
sabedoria), história (é coisa que não serve para construir
nada, até ao momento em que é preciso perceber por que é que tudo foi
destruído), memória (quem a não tem não tem nada, não faz
nada, mas não deixa de ser pessoa…)...
E, ainda mais importante, pessoas.
E pessoas com ciência, obviamente.
Sem pessoas, não há problema nenhum para resolver.
Acabem com as pessoas e acabam-se os problemas
todos.
Acabem com o humanismo, promovam a máquina, o robot,
levem-nos ao mercado e deixem de produzir pessoas e verão todos os problemas
resolvidos, de termodinâmica, de física de partículas, de matemática, de
genética, de evolução, de filosofia, de ciência, de artes. Maravilhoso mercado
(químicos, farmacêuticos, traficantes, físicos, mecânicos, banqueiros,
traficantes, militares, terroristas, informáticos…) que trabalha a pensar no
homem e no bem do homem, à escala global, ecológica, inteligente.
Mas faltaria o maravilhoso humano, a indispensável
ideologia, sistema de crenças, sobre o Homem como o valor que deve restar mesmo
que todos os outros fracassem.
Historicamente, por ex. Esparta e Atenas, URSS e
Capitalismo, são exemplos de sistemas ideológicos que apostaram mais ou menos
na pessoa humana como “produto” ou “mercadoria”, meio ou fim da atividade
económico-política e social. É ostensivo, nos tempos de hoje, a redução da
pessoa a valor económico. Tudo se rege cada vez mais pelo critério da economia.
A racionalidade parece exigir que assim seja. Valor, nos tempos atuais, está
praticamente reduzido a valor pecuniário, mais do que a valor económico, ou seja,
o que não tiver valor pecuniário, mesmo que tenha valor económico, que requer
reconhecimento e tutela, não passa de uma idiotice, não serve para quem só vê
mercadoria (como aquele que na floresta só vê lenha).
Atenas derrotada pelas armas veio a ser vencedora pela
memória. A URSS derrotada pelas próprias contradições dos DÍNAMOS e
pelos inimigos “humanistas”, parece estar, fatalmente, a sobreviver através da
MÁQUINA GLOBAL a que todos os humanismos se curvam.
Vai ser preciso organizar um sistema de democracia
global, em que o primado do poder não sejam as MÁQUINAS do dinheiro, nem já a
lei, mas a pessoa humana…Se houver pessoas que acreditem nisto.
terça-feira, 12 de julho de 2016
Tudo tem a ver com tudo
Tudo tem a ver com tudo: ciência com poesia,
cultura com ciência, artes com desportos, ciência com artes, tecnologias com
humanidades, matemática com música, estrelas com lágrimas, saudade com
diamantes, etc...
O problema das relações entre ciência e cultura, todavia, parece-me não ser um
problema de concorrência e de rivalidade, (na competição pela valia e domínio,
mais do que pela verdade), como o não são as relações entre as diversas artes e
desportos.
Incrivelmente, dado o estatuto da ciência, alguns profissionais de ciência,
tal como alguns profissionais de santidade, e de fantasias, mais do que verem
rivalidade (ou perigo) entre o que seja manifestação cultural e ciência, de
preferência matemática, física ou química, laboram numa espécie de menosprezo
recíproco.
Em meu entender, o problema não é das ciências, nem das artes, nem dos desportos, nem das humanidades. O problema é querer vê-lo onde não existe.
Em meu entender, o problema não é das ciências, nem das artes, nem dos desportos, nem das humanidades. O problema é querer vê-lo onde não existe.
As perspetivas sobre a realidade (e que realidade?) não são o problema, nem
o objeto de análise/síntese (e que tipo de análise/síntese?) nem os objetivos,
interesses, etc.. E, por exemplo, no que respeita às artes e às práticas
desportivas, as perspetivas podem não fazer parte.
A minha música e o meu futebol vão lindamente com a minha sardinha assada e
o meu telemóvel e o Álvaro de Campos e a minha matemática e a minha farmácia e
a missa do sétimo dia.
A minha poesia nunca vai interferir, ainda que eu o quisesse, com o teorema de Pitágoras ou a Segunda Lei da Termodinâmica.
A minha poesia nunca vai interferir, ainda que eu o quisesse, com o teorema de Pitágoras ou a Segunda Lei da Termodinâmica.
O problema surge quando, por exemplo, um matemático me diz que tudo é
matemática e que eu, sendo matemática não posso ser, por exemplo, pessoa.
Ou, quando dedico a minha vida à música, vem um químico dizer que a música
não existe ou um físico dizer que a música nada mais é do que acústica (de novo
Pitágoras), ou um juiz do tribunal declarar que é ruído.
Ou, tendo um diamante, para mim precioso, a coisa mais bela e significativa, que não troco por nada deste mundo, vem um químico e diz que o diamante é uma das formas alotrópicas do elemento químico carbono, que pode ser encontrado na Natureza em três diferentes formas simples: amorfo, grafite e diamante, ou um comerciante vem dizer que não vale mais do que dez milhões de u.m..
Ou, sendo especialista em nanotecnologias, vêm dizer que não sei nada sobre o amor, nem Deus e, dada a minha inabilidade para esse grande edifício da cultura humana que é o futebol, é como se não soubesse ler.
O problema é, em grande parte, de valoração, muito mais do que de
utilidade. Noutra parte é um problema de querer comparar aquilo que é diferente
como se fossem a mesma coisa.Ou, tendo um diamante, para mim precioso, a coisa mais bela e significativa, que não troco por nada deste mundo, vem um químico e diz que o diamante é uma das formas alotrópicas do elemento químico carbono, que pode ser encontrado na Natureza em três diferentes formas simples: amorfo, grafite e diamante, ou um comerciante vem dizer que não vale mais do que dez milhões de u.m..
Ou, sendo especialista em nanotecnologias, vêm dizer que não sei nada sobre o amor, nem Deus e, dada a minha inabilidade para esse grande edifício da cultura humana que é o futebol, é como se não soubesse ler.
Não nego a matemática da música, nem a química do diamante, mas para mim a música não é interessante por poder ser traduzida matematicamente, nem o diamante é precioso por ser carbono…
sábado, 25 de junho de 2016
Jogo da vida (valores e virtudes)
Há que
trabalhar para resgatar o homem e a humanidade da situação humilhante em que hoje, talvez mais do que nunca, nos encontramos.
Conduzir a humanidade é uma expressão com sentido, mas não passa disso. A
humanidade não se conduz, porque não é condutível e porque não há quem fosse
capaz de o fazer. Se alguém tentou fazê-lo, o mais que fez foi agregar um grupo
em torno de um objetivo concreto e mais ou menos definido, no tempo e no
espaço.
Os poderes, as instituições, as religiões, as culturas...e o estilo de
vida, com seus hábitos de consumo e suas expectativas, as promessas
propagandísticas, os aliciamentos, acenos publicitários e modelos de sucesso
socioprofissional, ditam grande parte do que devemos pensar e do que devemos
viver e, até, do que devemos sentir. A subjugação é de tal ordem que, ela
própria, nos é apresentada como o jogo da vida, o único jogo que vale a pena.
Recursos, matéria-prima, otimização, mais-valia, competitividade, empreendedorismo,
lucro, são as virtudes deste tempo apressado, que vieram substituir (e matar)
as virtudes de outros tempos com mais tempo.
Quem for capaz, ou tiver a oportunidade de trocar tempo por dinheiro, ou
dinheiro por tempo, se optar por ter mais tempo para pensar, pode refletir não
só sobre o que devemos pensar, mas também sobre como devemos pensar; não só
sobre o que devemos viver, mas também sobre como devemos viver; não só sobre o
que devemos sentir, mas também sobre como exprimir o que sentimos.
Temos de conseguir pôr fim à balbúrdia e ao estapafúrdio dos pifos
mirabolantes que logram fazer girar tudo na roleta do dinheiro que eles
dominam.
Os valores de troca são algo de abstrato e complexo que depende de fatores
especulativos, que têm vindo a transformar-se no jogo da vida.
Espero que os valores de uso (e não os valores de troca) tenham a palavra
mais importante a dizer sobre a condução da humanidade.sábado, 11 de junho de 2016
Faz-te bravo
É importante saber o que faz um empreendedor e se é possível "fazer" um empreendedor. Dizer, por exemplo, como já ouvi em jornadas de empreendedorismo, que o empreendedor não se faz, nasce, é dizer às pessoas que não estão ali a fazer nada.
Quando olhamos para exemplos de empreendedores, ou que são convidados e apresentados como tal que, pouco depois, foram à falência, seria muito positivo para a causa do empreendedorismo convidá-los e apresentá-los novamente, nas jornadas do empreendedorismo.
Por outro lado, o próprio conceito de empreendedor, nunca ou raramente é abordado, tendendo a ser confundido, simplesmente, com alguém que se tornou "empresário de sucesso", baseados numa imagem que se tem e não, propriamente, em auditorias contabilísticas e avaliações sociais.
O empreendedor, para o dito empreendedorismo, é um estereótipo sui generis que, de alguma forma "pedagógica", pretende legitimar e sobrevalorizar o mundo empresarial.
Aliás, o empreendedorismo é mais uma iniciativa de caráter empresarial. Quanto aos ingredientes ideológicos, o empreendedorismo só é viável em ambientes favoráveis, como tudo na vida.
Não obstante, se pudermos ver no empreendedorismo uma cultura de formação e de informação e de concorrência de esforços e de meios para "promover a facilidade" a quem quer abrir negócios ou concretizar uma ideia empresarial, isso parece-me ótimo.
Quando olhamos para exemplos de empreendedores, ou que são convidados e apresentados como tal que, pouco depois, foram à falência, seria muito positivo para a causa do empreendedorismo convidá-los e apresentá-los novamente, nas jornadas do empreendedorismo.
Por outro lado, o próprio conceito de empreendedor, nunca ou raramente é abordado, tendendo a ser confundido, simplesmente, com alguém que se tornou "empresário de sucesso", baseados numa imagem que se tem e não, propriamente, em auditorias contabilísticas e avaliações sociais.
O empreendedor, para o dito empreendedorismo, é um estereótipo sui generis que, de alguma forma "pedagógica", pretende legitimar e sobrevalorizar o mundo empresarial.
Aliás, o empreendedorismo é mais uma iniciativa de caráter empresarial. Quanto aos ingredientes ideológicos, o empreendedorismo só é viável em ambientes favoráveis, como tudo na vida.
Não obstante, se pudermos ver no empreendedorismo uma cultura de formação e de informação e de concorrência de esforços e de meios para "promover a facilidade" a quem quer abrir negócios ou concretizar uma ideia empresarial, isso parece-me ótimo.
quinta-feira, 7 de abril de 2016
Rei Midas
Quanto mais observo o que tem acontecido
desde a 1ª revolução industrial, mais me parecem ridículos e levianos os que se
vangloriavam do "progresso".
Em pouco mais de 2 séculos, aí temos o
resultado, já não falando do que aconteceu durante esse período, de exploração
humana, guerras e de destruição de recursos naturais. Esta curta era da
história não tem paralelo, como galeria de horrores.
Há sempre os que preferem ver
o lado bom das coisas, e esquecer ou ignorar tristezas mas, neste caso, o
balanço negativo é esmagador. Quando se olha ao espelho, o Homem não tem motivos
para sorrir.
A voragem dos humanos é algo de louco e assustador. As nossas
sociedades têm de estar constantemente a destruir para produzir e construir o
que, pouco depois, destroem de novo, não com o objetivo de satisfazer
necessidades essenciais, mas encandeados pelo brilho do lucro. A humanidade
transformou-se numa máquina monstruosa e imparável que engole o planeta e o
defeca sobre si própria, sob a forma de lixo, tóxicos, dinheiro ou ouro.
Nunca
como hoje o mito de Midas teve tanto significado, mas, enquanto Midas pôde
voltar aos campos, o Homem talvez não tenha essa possibilidade.
quinta-feira, 31 de março de 2016
A ciência das escolhas
A ciência, enquanto tal, enquanto
conhecimento, arriscaria dizer que é boa. A ignorância, arriscaria dizer que
não é boa.
Mas toda a decisão, ou ação/omissão, ainda
que baseada na ciência, nos coloca perante um problema de bem ou mal, bom ou
mau, ou nem uma coisa nem outra.
As consequências, ou efeitos, da ação/omissão
são um problema não menos importante ou crucial do que os problemas da ciência
enquanto conhecimento das coisas.
Não é racional, nem é bom que se deixe o
poder de decisão sobre o uso do conhecimento àqueles que detêm esse poder
porque lá chegaram por qualquer via, autocrática, democrática, plutocrática...
Mas também, não é pelo facto de os cientistas
o serem nas suas áreas específicas, que o sejam na "ciência das
escolhas", no momento de escolher a melhor opção possível.
A ciência das escolhas é uma coisa
"tramada", porque, modo geral, quando se trata de agir, por exemplo, conquistar um país, dominar uma região, toda a ciência se presta a qualquer
escolha, exceto a ciência das escolhas.
Não é apenas um problema de ética. É
sobretudo um problema económico (de sobrevivência da humanidade e bio-ambiental), que
ultrapassa o "logos" da ética e adquire contornos da ordem do
transcendente.
Não parece que possamos prescindir do
contributo e da intervenção crítica muito atenta da ciência das escolhas sempre
que se trate de saber o que é melhor, do leque das ações/omissões disponíveis.
E muito menos prescindir de mecanismos
políticos que garantam a melhor decisão (que não poderá ser meramente política mas, tanto quanto possível, científica). E aqui já deparamos com uma imensa dificuldade.
A história é a demonstração, até à exaustão,
de que o poder, nas mãos dos loucos, transforma o conhecimento num instrumento
de destruição e de domínio e de que o poder, de uma ou outra forma, acaba sempre em
violência mais ou menos camuflada sobre as pessoas e o ambiente e as coisas em geral.
Há que respeitar a vontade das pessoas
adultas sempre que essa vontade não colida com interesses de terceiros e, se
tiver que lhes ser imposta alguma restrição por razões de interesse público,
que seja dada garantia de que o risco é assumido pelo Estado, que responderá
por danos.
Neste aspeto, sempre salvaguardados os princípios da responsabilidade civil e os limites criminais, que têm a ver com publicidade enganosa, burla, etc...., a questão das vacinas não
parece diferente de outras situações em que há intervenções na saúde.
sábado, 26 de março de 2016
O dinheiro
A questão, tantas vezes invocada para justificar a austeridade, de não haver dinheiro
é uma falsa questão e é um modo cínico, ou manifesta ignorância, de justificar
a privação das pessoas de bens e serviços.
Se, por absurdo, eliminássemos todo
o dinheiro, ou o colocássemos em sepultura, como se fez ao latim, deixaríamos
de pensar que todos os problemas eram de falta de dinheiro. Os problemas
passariam a ser eles próprios e não de dinheiro.
O verdadeiro problema é que o dinheiro se tornou cada vez mais o grande
problema.
É sabido que as pessoas não comem dinheiro nem se deslocam em cima de notas ou
de moedas.
Não dêm dinheiro às pessoas, dêm-lhes bens e serviços e fiquem com o
dinheiro todo.
Se amanhã não houvesse dinheiro, o mundo não estaria mais pobre e não haveria
mais famintos, nem mais doentes, nem menos fruta, ou lojas mais vazias.
Podemos ter a certeza de que, se não houvesse dinheiro, não haveria inflação, nem deflação, nem tantas outras situações deploráveis ligadas ao capitalismo financeiro.
Podemos ter a certeza de que, se não houvesse dinheiro, não haveria inflação, nem deflação, nem tantas outras situações deploráveis ligadas ao capitalismo financeiro.
As imensas vantagens da fungibilidade do dinheiro (e haja em consideração o
facto de este conceito estar longe de ser coincidente com o conceito de moeda)
talvez saíssem muito diminuídas de uma análise sobre as, também imensas,
desvantagens.
O dinheiro tem vindo a adquirir uma tal abstração que se tornou um valor e uma
mercadoria e um instrumento em si mesmo, profunda e terrivelmente dissociado da
dinâmica e das leis da economia dos bens e serviços.
Digamos que o facto de ser um mercado (cujo peso e relevância nas economias é
assustadoramente crescente e incontrolável) à parte dos mercados de trabalho,
mercadorias e serviços, exige que se compreenda, sem ilusões, de que é que se
está a falar quando se fala de dinheiro.
Fazem falta Newtons e Einsteins nas ciências económicas para nos ensinarem
imensas coisas que é preciso saber.
No entanto, nestas áreas, que também atraem os mais dotados, os cérebros preferem ocupar-se em esquemas de enriquecimento...
No entanto, nestas áreas, que também atraem os mais dotados, os cérebros preferem ocupar-se em esquemas de enriquecimento...
domingo, 13 de março de 2016
Como um crente
Fosse eu demolidor e diria: felizes os que têm
prazer de ler o que escrevo, porque são justos e belos e sãos e santos e
inteligentes e sensatos e quase perfeitos, mais do que eu.
Mas escrevo sem recriminações.
Não escrevo como um juiz, nem como um réu.
Escrevo como um ignorante que aspira à sabedoria, como um cego
que aspira à visão, como um forte que não tolera a força, como um fraco
que não se resigna a qualquer sujeição. Não escrevo "ex cathedra", mas como um crente. A esperança e o
amor são a racionalidade e a poesia a expressão de algum modo ou forma de
verdade.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Nada que não seja
Se eu soubesse não diria
Nada que não seja
Poesia
Nada que não saibas
Que eu não sabia
Não direi nada
Sei
Extenso dia
Até onde alcança
A vista
A fantasia
A alma
Que vê ausências
Onde há
As dela
As outras não
Direi por dizer
Pelo prazer
De ouvir-me
E de crer
Que a palavra não faz
Falta
Em vão.
Ateísmo e naturalismo
Vamos
colocar as questões da seguinte forma: nós não aceitamos a natureza, o ser da
natureza, que é um "sendo" contra o qual, sendo nós natureza, não era suposto estarmos,
mas somos a natureza "suicida", um produto da natureza.
O homem não
se limita a ser e esse é o problema: o homem não é.
A natureza que produz o homem
não tem que, nem precisa de, se queixar. O homem também não, a não ser de si
próprio, ou da sua natureza, mas isso é completamente estranho à natureza.
Ou
então temos mais do que uma natureza na natureza e há naturezas que são mais ou
menos naturezas do que outras.
A natureza, sem o homem, não tinha problema
nenhum para resolver e, com o homem, também não, a não ser a tal natureza do
homem que é "contra a natureza", ou que não aceita a natureza e que não
se limita a ser natural, sendo, além disso, moral, religioso, político, mais
caracterizado pelo "dever-ser", que o atormenta, do que pelo "ser",
que não atormenta nada nem ninguém.
A natureza não sabe, nem tem essa coisa do
"dever-ser".
O ateu e o naturalista também não deviam ter e deviam
estar perplexos com o mundo cada vez mais feito/desfeito de dever-ser. A
começar pelo ateu e pelo naturalista, que não se limitam a ser, mas têm um
discurso, ideias, conceitos, ideais, ideologias, "morais".
O porquê
dos naturalistas e dos ateus ainda é mais indecifrável, apesar de todo o
arsenal científico e técnico disponível, do que o já antiquíssimo porquê dos
que acreditam no sobrenatural.
E o para quê, o propósito, a finalidade da
natureza, até para eles é algo central e imprescindível. Não que eles
reconheçam ou apontem, ou acreditem, em alguma finalidade, porque não encontram
nenhuma relação causal, necessária, "construtiva", entre os primeiros
átomos e o homem. Para eles nada faz sentido, nada tem sentido, tudo é obra do
acaso.
E também aqui é a natureza a pensar e a dizer sobre si própria que não
sabe quem é e que todos os seus poderes lhe vêm como se fosse do nada, que também
não sabe o que é e que talvez chame nada ao sobrenatural, às forças, aos
poderes, aos fenómenos que não existiam no princípio, no big-bang, e que
passaram a existir e que, também hoje, surgem, do nada, para se
"acrescentarem" a tudo o que existe.
Desde o primeiro minuto do
big-bang até à atualidade, tudo foi surgindo sem que existisse
antes...criando...as forças, os átomos...etc., etc....E tem de ser a natureza a
interrogar-se sobre si própria, através do homem, porque não sabe de si própria
e nunca agiu em sentido nenhum, com nenhuma finalidade, ou vontade e a própria
inteligência e consciência do homem é um puro acaso, nada mais, mas um acaso
que descobre que nada é por acaso e que a natureza não se explica a si própria,
nem enquanto natureza-homem investigando e refletindo...
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