Não vou alargar-me em considerações, mas
louvo a análise que é feita com abertura de perspetivas críticas.
Todas as estratégias e metodologias para
ensinar padecem do mesmo vício, qual seja o de, eficientemente, quererem
"levar" o aprendiz a saber, fazer, reproduzir, determinadas matérias
que lhe são alheias.
Há em tudo isso uma violência, que
alguns louvam, mas que uma boa parte, preferia não ter sofrido.
Sempre (sempre) no pressuposto do
interesse do próprio, submete-se o indivíduo, não apenas a uma visão (religião,
ideologia, crença), mas também a uma condição inelutável de "estar
sujeito".
O haver "um preço a pagar
para..." já é uma situação de privilégio. Abandonada a pedagogia da
palmatória e do chicote, nem por isso se deixou de recorrer a instrumentos de
persuasão, de coerção e de humilhação e de castigo.
Em geral, assiste-se, hoje, a uma
culpabilização da criança e do jovem, primeiro, por viverem à custa de alguém,
nomeadamente dos subsídios para a sua formação (obrigatória).
É óbvia a dificuldade de lhes imputar
responsabilidades pelo que quer que seja. Sê-lo-ia se fossem adultos, muito
mais por o não serem.
É toda uma filosofia e uma concepção
sobre a natureza do homem e os processos de socialização/aprendizagem, que
subjazem ao paradigma educacional atual, que vale a pena questionar e pôr em
causa.
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