Pode-se ser acutilante no modo como se pretende surpreender as ideias feitas com outras ideias feitas.
Todo o cuidado é pouco, porém, quando se trata de palavras e de ideias, mormente de ideias feitas, por mais louvável que seja a intenção.
Uma coisa é um assumido ator teatral dizer “vou desfazer algumas ideias feitas com outras ideias feitas ainda melhor”, para a gente se rir e outra é um assumido cientista garantir que assim faz, na verdade.
Alguém diz que o natural é necessariamente bom?
Alguém diz que o natural não é necessariamente bom?
Afinal, o que é natural e o que não é? Um pântano?
E o que é bom? Para quem? Para quê? Para quando? Em que escala?
O que é necessariamente bom?
E se não é bom, que é que é melhor? …
Nada é necessariamente bom. Nada é necessariamente melhor. Não era necessário enfatizar o óbvio. Jogar com as palavras roubando-lhes o palco?
O problema implícito, se o há, não será de ordem filosófica e a insinuada solução filosófica, que não é, haveria de ser de ordem prática.
Podemos estar descansados porque é impossível violar uma lei da natureza?