"Ser feliz é uma actividade que requer toda uma vida e não pode existir em menos tempo" - Aristóteles, Ética a Nicómaco
domingo, 28 de maio de 2023
quinta-feira, 25 de maio de 2023
Trabalho incansável
O meu trabalho tem sido incansável
o sol ardente anda a secar tudo
como um fogo
e eu não me iludo
com o frescor das noites
porque sinto os rios a parar
de me olhar
e as manhãs não acordam
com a coragem da primavera
quando vou esperar o dia
no promontório
sobre as lezírias
vejo muita gente à espera
como eu
que o rio volte a ser
o que era.
quarta-feira, 17 de maio de 2023
Religiões
As razões para a existência de religiões, que se poderiam traduzir por funções pelas quais as religiões existiram e existem, não têm variado muito ao longo do tempo e, tanto quanto penso, só colidem com a ciência e o pensamento crítico na medida em que estes põem em causa os seus fundamentos, os seus dogmas, as suas práticas e os seus objectivos, ou fins.
Por outro lado, a função e o papel das religiões, mesmo das religiões sem Deus, ou de muitos deuses, ou das ideologias, mormente políticas e sociais, têm sido substituídos ou complementados, em parte, por formas de mobilização e de consciencialização, por exemplo, em torno dos Direitos Humanos e do Dever de Respeito para com a natureza, em todas as suas formas.
Mas muitos daqueles que acham normal o Estado apoiar o seu partido político, o seu clube de futebol, determinadas práticas culturais que lhes agradam, ou a sua religião, criticam que o faça aos outros, partidos, clubes, culturas, religiões. Este tem sido, também, o problema histórico das relações entre religiões, pensamento crítico e ciência.
Até onde estará uma religião disposta a ir no respeito pelas outras religiões? E no respeito por aqueles que não têm religião, ou pensam que a religião é um erro, ou um malefício?
Até onde estarão os críticos da religião, ou os indiferentes, ou os incuriosos, dispostos a ir no respeito pelas religiões, pelos clubes adversários, pelos partidos políticos, pelos deuses, pelas bandeiras e pelos hinos?
Até que ponto as questões acerca da existência de deus ou dos deuses interessam aos religiosos e aos outros e são relevantes para a realidade social e sociológica das religiões?
E porque não admitir, até por hipótese, que a maior parte dos religiosos não o é por causa de um deus, nem por causa dos argumentos a favor da sua existência e que alguns dos que acreditam num deus, com ou sem argumentos, não são religiosos?
Por outro lado, a função e o papel das religiões, mesmo das religiões sem Deus, ou de muitos deuses, ou das ideologias, mormente políticas e sociais, têm sido substituídos ou complementados, em parte, por formas de mobilização e de consciencialização, por exemplo, em torno dos Direitos Humanos e do Dever de Respeito para com a natureza, em todas as suas formas.
Mas muitos daqueles que acham normal o Estado apoiar o seu partido político, o seu clube de futebol, determinadas práticas culturais que lhes agradam, ou a sua religião, criticam que o faça aos outros, partidos, clubes, culturas, religiões. Este tem sido, também, o problema histórico das relações entre religiões, pensamento crítico e ciência.
Até onde estará uma religião disposta a ir no respeito pelas outras religiões? E no respeito por aqueles que não têm religião, ou pensam que a religião é um erro, ou um malefício?
Até onde estarão os críticos da religião, ou os indiferentes, ou os incuriosos, dispostos a ir no respeito pelas religiões, pelos clubes adversários, pelos partidos políticos, pelos deuses, pelas bandeiras e pelos hinos?
Até que ponto as questões acerca da existência de deus ou dos deuses interessam aos religiosos e aos outros e são relevantes para a realidade social e sociológica das religiões?
E porque não admitir, até por hipótese, que a maior parte dos religiosos não o é por causa de um deus, nem por causa dos argumentos a favor da sua existência e que alguns dos que acreditam num deus, com ou sem argumentos, não são religiosos?
quarta-feira, 10 de maio de 2023
O poder da magia
A multidão obedece aos magos
que brincam com as leis da natureza
que as infringem
que pela palavra ou o gesto
fazem os impossíveis triviais
de transformar as coisas
pela ordem que lhes dão
a multidão não obedece
a uma coleção de metáforas mortas
ela trabalha como pode
o seu fado
com mais ou menos enfado
o que mais desperta a atenção
é a magia
seja do Aladino
do Potter ou de Jesus
ai como era bom
poder mover montanhas
pelo feitiço das palavras
sem máquinas nem martelos
sem faíscas brilhantes
ou trovões coruscantes
e ficar à espera para ver
o resto da matéria
já sabemos
ou nem precisamos de saber.
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