quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Fazer das palavras nossas aliadas

Não sabemos mesmo até que ponto as palavras se servem de nós, nem até que ponto nos servimos delas.
Mas é uma relação poderosa, na qual muitos se abismam, como eu.
Não tenho esperança de as dominar, de as colocar ao meu serviço.
Contento-me com defender-me, até onde for possível, das suas inconcebíveis armadilhas.
Aposto todo o meu esforço e inteligência e boa vontade em domar as palavras, resistir à corrente do seu livre curso, usá-las e não ser usado, mas elas conseguem sempre fingir que estão a ser usadas como eu quero.


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Efemeridades

Ai de nós se a intensidade com que pensamos fosse proporcional à intensidade com que sentimos e vice-versa! 
A nossa dor ou alegria dura algum tempo, às vezes menos do que desejaríamos, e depois funciona como memória ou lembrança em que pensamos. 
Se assim não fosse, éramos capazes de festejar um golo da nossa equipa no início do jogo e, sem parar de festejar, ainda o estarmos a fazer quando o jogo terminasse com a nossa equipa a perder. Ou, constantemente, chorarmos porque a todo o momento alguém sofre injustamente.