A democracia está a ficar muito estranha. Diria até, muito antidemocrática.
Com maiorias simples se arrumam definitivamente assuntos da maior relevância
para países e comunidades de países (pense-se no Brexit e no Trump).
Dá-se mais credibilidade e relevância a mecanismos eleitorais do que importância às opções
ou à importância das opções.
Afinal, os partidos de direita têm vindo a crescer porque os pobres confiam mais nos ricos
e preferem-nos?
Se é assim, será por falta de partidos capazes de representar os pobres?
Eles são, cada vez mais, a minoria e, ainda assim, ganham eleições.
Que é que se passa?
Como podemos esperar que os ricos governem?
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"Ser feliz é uma actividade que requer toda uma vida e não pode existir em menos tempo" - Aristóteles, Ética a Nicómaco
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
Efeitos perversos da democracia
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Idílio para uns, tragédia para outros
«Não há Verdade onde a vida e a história é idílica para uns e trágica
para os outros todos. Enquanto houver quem o não perceba e respeite,
continuamos na pré‑história. Na sua crueza, e injustiça, é esta a questão da
humanidade. Por muito que as ideologias e as regras da civilização dita
‘global’ andem a convencer o mundo do oposto. E esta busca de verdade começa em
muito a nível individual, mas só se torna eficaz quando a constelação de
convicções que gera se volve em crença de uma comunidade, em paradigma, motor
de adaptação e evolução.» Do prefácio do último livro de Sebastião Formosinho, "A Esperança, Utopia impossível?: da insatisfação como via do (que podemos) conhecer, e esperar, e devir", em co-autoria com J. Oliveira Branco
Como é tão difícil compreender e aceitar e praticar o que, tantas vezes, é
evidente? Que regras ou forças nos impedem, ou constrangem, ou desaconselham?
Em que sistemas de "persuasão"/alienação, estamos imersos, que não
deixam alternativas? Por que é que as verdades, a verdade, parece ser sempre
mais difícil de se "aplicar"? E estamos a viver no séc XXI, depois
das luzes.
Não me refiro apenas à verdade do ser. Também a verdade do dever-ser parece
chocar, em muitos aspetos, com aquela e querer anulá-la. Mas aqui, destaco o
"querer", a vontade, na medida em que prescinde de tudo e se erige em
último critério de todas as coisas: o indivíduo, o individualismo, o egoísmo, a
loucura, o pessimismo, não carecem de outra racionalidade que não o próprio
capricho, o refúgio mais enganador que as drogas...
Penso que o pessimismo é consequência do individualismo/egoísmo/capricho e
que o otimismo não existe senão numa visão, sentimento, perspetiva, coletiva,
social.
Aquele é autofágico, não sobrevive a si mesmo.
Aquele é autofágico, não sobrevive a si mesmo.
A promessa dos sistemas políticos de que o melhor para a sociedade se
alcançaria fomentando o egoísmo/individualismo, colonizando o indivíduo, está
cada vez mais longe de se cumprir, talvez porque, levado a extremos, o
individualismo aniquila o próprio indivíduo, retirando-lhe sentido e sentimento
social, esvaziando os valores sociais.
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