Os fins lucrativos...Não é que justifiquem coisa alguma, mas são a
charneira do capitalismo, justificados pelo capitalismo enquanto modo de
produção que tem tido uma história cujas coerências, até "há pouco",
sobrelevavam as incoerências. Refiro coerências como poderia dizer lógica do
jogo, ou lógica dentro de um universo. A atenção dos agentes económicos está e
"não pode" deixar de estar "presa" a tudo e quase só o que
é susceptível de lucro. Existe outra coisa?-pergunta o jogador.
As humanidades (direito, ordem, segurança, filosofia, educação,
antropologia, história, ciência da religião, arqueologia, teoria da arte,
cinema, dança, teoria musical, design, literatura, letras, filologia, etc.)
estão para as outras ciências, de algum modo, no que respeita a lucros, como o
campo está para o agricultor e os oceanos para o pescador.
A democracia e a plutocracia são duas faces da realidade atual, a pobre a
quem é concedido sobreviver mediante vassalagem e a rica que se louva nas
virtudes da pobre.
Se porventura houvesse investimento nas ciências humanas, que de longe se
parecesse com o que tem sido feito nas outras ciências/tecnologias (que também
são humanas, obviamente), e nem precisava de ser aproximado do que se faz, por
exemplo, no futebol, acredito que todas as causas da humanidade perdidas nos
últimos séculos, incluindo guerras, teriam sido ganhas no tribunal do
conhecimento. Mas a cegueira ocupa o topo da hierarquia dos poderes, não por
mérito de visão, mas por inerência da cupidez...e dos fins lucrativos.