O tempo é um tema fascinante, que nunca cansa, nem passados milhões de anos, qualquer que seja o instrumento de medida que se adopte, admitindo, no entanto, que o tempo do relógio é o menos relevante na perspectiva do poeta e da abelha e da mosca e do covid-19 e dos dinossauros...
Mas o tempo dos relógios e da velocidade, da clepsidra e da tartaruga são outras formas de movimento... Estamos imbuídos de sentidos do tempo e do espaço, como as águias e as pombas, os golfinhos e as sardinhas, mas as estrelas e as galáxias, de que fazemos parte, não têm tempo.
O tempo, nesta acepção física de realidade, não existe.
O tempo é biológico.
O que existe é o movimento.
Nada do que existe, incluindo o tempo (parece contraditório com o que disse), não existiria sem movimento.
E eu pergunto-me se é sequer concebível, imaginável, que deixe alguma vez de ser tudo movimento.