quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Se houvesse um refúgio

Se houvesse um refúgio

Ninguém quereria lá ficar

Chegamos finalmente ao lugarejo

Que chamamos do voo da águia

Bebemos da nascente à entrada

Água que estava a jorrar

Sem temer dragões à espreita

Pelos buracos das construções ao vento

Que ouvíamos a respirar

Fingindo tomar-nos por donos

Deste pensamento

Do mais sagrado que havia

Naquele lugar

Tão longe das encostas nevadas

E dos picos de sol

Como o outono na floresta

Dos líquenes

Na clareira surgiu um vulto

De mulher sorridente

Que a todas as perguntas

Nos indicava em redor

O que havia

Sem sombra de dúvida.

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