quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Saudade

I

Nem todos os poemas

Falam de amor

E a saudade

Quando bate à porta

Dá uma dor

Que nem um poema suporta

II

Quase faz acreditar

Que a alma existe

Mas está a ser morta

III

Que perdeu o jeito de falar

E deixa o corpo à escuta

De uma música que diga

Quem é

IV

Mas tarda

Como se soubesse

Que aquele que eu era

Já não sou

Quando a saudade

Bate à porta.


Carlos Ricardo Soares

 

 


Sem comentários: