I
Nem todos os poemas
Falam de amor
E a saudade
Quando bate à porta
Dá uma dor
Que nem um poema suporta
II
Quase faz acreditar
Que a alma existe
Mas está a ser morta
III
Que perdeu o jeito de falar
E deixa o corpo à escuta
De uma música que diga
Quem é
IV
Mas tarda
Como se soubesse
Que aquele que eu era
Já não sou
Quando a saudade
Bate à porta.
Carlos Ricardo Soares
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