terça-feira, 30 de janeiro de 2024

As palavras que o digam. Sempre as palavras

O poema é inspirador e não há poema que não seja inspirador. Quem quiser dissertar acerca da inspiração e da transpiração, esteja à vontade. A mim, fez-me pensar, outra vez e sempre, nas palavras e na vida das palavras, no seu poder.
As palavras, sempre as palavras. Depois dos gestos. Depois dos atos. O ato/facto da palavra. Pensada. Falada. Escrita. Subentendida. Induzida. Sugerida. Ouvida. Lida. Adivinhada. Encontrada. Arrebatada. A talho de foice. Desbocadas. Conspurcadas. Mal intencionadas. 
As palavras são o oceano pelo qual comunicamos sem deixarmos de estar isolados. As palavras bem intencionadas são as piores, porque são cavalos de tróia, bombas ao retardador.
Vivemos num mundo de palavras que tentam, mas não olvidam, os gestos, os atos, os factos. 
Contra factos, não há palavras? Ou, contra palavras não há factos?
Os argumentos não se deixam substituir por palavras, mas há palavras que valem mais do que mil argumentos.
Quanto aos factos, as palavras que o digam.

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