Efígies indistintas
à garupa de camelos enigmáticos
buscam os signos erráticos
de sortilégios de meias tintas
em declarações proscritas
de magos mumificados
pelo nevoeiro denso
exibem ouros defumados
e o cheiro não é de incenso
vindo de todos os lados
que impele os eruditos a arejar
num deserto imenso pela frente
para trás o que não sabem explicar
em fila ordeira sem virar os olhos
mais cautelosos do que aventureiros
que não levam desejo de voltar
nem lhes pesam esperanças
ou medo do que encontrarão
o que levam na memória
não se sabe senão
do que fica na memória
o amor
e das saudades que terão
ainda menos se sabe
porque nem eles saberão
que misérias e tormentos carregam
ou que riquezas
que não conheciam
para trás delegam
tantas incógnitas na poeira
inexprimíveis aliás
passam em caravana
de equívocos
transpondo
fronteiras de credos
e nenhuma tentativa
para evitar
passatempos de alfândegas
da fé
da morte
como passaporte.
Carlos Ricardo Soares
Sem comentários:
Enviar um comentário