domingo, 4 de dezembro de 2022

Felicidade dos bichos da fruta

Dizer que me fazes tanta falta

Que muitas vezes me recolho ainda

No pomar onde me surpreendias nua

Quando andava a estudar a felicidade

Dos bichos da fruta

Sem fazer ideia de quem tu eras

Te tomava por uma depravada astuta

Destapando-se maliciosamente

De entre as videiras

Atravessando-se nos meus olhos incrédulos

Que te fixavam

Como ofegante me apressava para ti

Dizendo espera espera

Enquanto desaparecias

Furtando o sexo ao meu desejo

E eu ficava com as uvas

E o sol

Em todas as partes que tocava

Projetava a tua sombra.

 

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