terça-feira, 20 de dezembro de 2022

De cigarro na boca

Havia homens e mulheres procurando

Sombras atrás de uma cortina

Escutando música para preencher vazios

Das palavras da canção clássica

No momento de abraçar a imortalidade

Eram abraçados pela novidade

De estarem num cantinho escuro

Que os olhares não devassassem

Com um significado mesquinho

Que não via magia na dança impossível

Nessas devoções em templos improvisados

Invocando deuses e deusas do cabelo

E da roupa perdida

Com tanta humanidade na comoção

Como estavam implorando à solidão

Por felicidade que ninguém alcança

De cigarro na boca.

Sem comentários: