Caminhar sem ver para onde
Na hora de dormir
olhei para as estrelas
e suspirei de preocupação
tinha a vaga ideia
de aquele lugar escuro
ser numa serra
afastada do mar
mas ouvia rebentações de ondas
e rajadas de vento uivante
nas árvores que vergavam
e pensei nas histórias
que ouvi na noite anterior
na taberna
junto às ruínas da ponte
acerca de pessoas desaparecidas
no desfiladeiro dos lobos
onde não há sinais de abrigo
nem trilhos visíveis
fiz de conta
fingindo de monstro
para assustar feras noturnas
e parei com muito cuidado
para não por os pés em falso
era muito arriscado
caminhar sem ver para onde.
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