Viver
Ai o sublime prazer de coçar
A metafísica comichão
A divagar
Com pródiga comoção
Que ora enxota a pulga
Ora exalta o cão
A elevar a imagem
Que não faz questão
Senão do valor
Da opinião esfarrapada
Sobre uma ópera interrompida
Por uma sorte avara
Que mudou a vida
E esquecer que a saudade
É a última a morrer
Que não se mata saudades
De ter sido
E de não ter sabido
Viver
Peculiares são os rios
Que tortos dançam
Na nitidez dos olhos
Avançam
Na noite alcançam
Definires
De momentos belos
Que nos esquecem
Quando menos esperamos
Onde havia castelos
Só nós estamos.
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