sábado, 19 de dezembro de 2020

À espera da revolução

Portugal nunca fez o tal 25 de abril.

A esquerda nunca se fez compreender, talvez porque ela própria nunca se compreendeu.

Portugal precisa de uma revolução, a sério.

A esquerda nunca conseguiu explicar porquê e para quê.

Muitos dos seus porta-vozes, sem nenhuma convicção e menos argumentos, seguiram o natural rumo do fazer barulho até que se cansassem de os ouvir.

Mas não passava de barulho, para ganharem uns votos para as despesas.

Tal como há muitos padres ateus a celebrar missas, há bastantes esquerdistas que, não só nunca leram os respectivos evangelhos, como não têm a noção do que andam a fazer.

Se não se recusam a jogar dentro das regras do capitalismo, o que é legítimo que façam, tampouco as contestam e esse devia ser o núcleo mínimo do seu programa.

E já nem digo, do seu programa de acção, porque, uma vez definido, como é suposto que a esquerda o tenha, aquilo que deve ser feito, e para eles isso é científico, só restaria e faltaria e haveria que o fazer.

Hoje, vemos claramente visto que o 25 de abril pode ter sido uma revolução dos cravos, mas não foi a revolução de que o país precisava e continua a precisar.

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