sábado, 15 de outubro de 2011

Indignai-vos

                                                                                                                                                                    

Não é racional esperarmos que os políticos actuais e os partidos actuais façam o que devia ter sido feito, mesmo antes do desvelar dos "buracos", que era encontrar as causas, os responsáveis e que fossem eles a suportar as consequências dos seus actos. Na realidade, eles não vão condenar-se a eles próprios. Mas todos sabemos que as dívidas do Estado não foram contraídas pelo cidadão comum, que sempre fez o que o obrigaram a fazer e pagou o que tinha de pagar. Quem geriu os dinheiros e o património do Estado, quem efectuou e assinou(?) as despesas é quem deve, em primeira linha responder. Quantas vezes teremos nós, cidadãos trabalhadores e contribuintes na fonte, de pagar contas que tão-pouco nos são minimamente explicadas e justificadas?

Que raio de ditadura "sagrada" é esta? E a maioria não está silenciosa.
Não podemos continuar à mercê de quem tudo fez para cairmos no abismo. A primeira medida necessária é afastar do poder todo e qualquer indivíduo que tenha feito parte dos partidos e dos governos dos últimos trinta anos. Continuam a repetir inocuidades para eles próprios, em vez de explicarem o que aconteceu, o que está a acontecer e como aconteceu. Quando eles falam, esperamos que digam algo mais do que aquilo que toda a gente está farta de saber. A segunda medida é dar-lhes a oportunidade de demonstrarem o que andaram a fazer enquanto membros dos órgãos políticos. A terceira é julgá-los. Ao mesmo tempo, apurar responsabilidades civis e criminais quanto à alegada dívida pública e aos chamados buracos.
O país e os interesses dos cidadãos não podem continuar nas mãos dessa gente. Ontem estávamos mal, hoje estamos muito pior e amanhã como é que estaremos?
As propaladas reformas deviam ter começado pelo sistema político, pelo aparelho político do Estado e pela defesa do Estado contra o "assalto" de poderosos interesses organizados.
Se o Estado e os seus órgãos de soberania não têm controle sobre os efeitos da globalização e estão "desarmados" contra pressões e mecanismos externos, então é tempo de repensar o Estado e os poderes. O perigo é fingir que tudo continua a funcionar como dantes.
Os nossos políticos nunca se pareceram tanto como hoje com actores que representam um triste e desacreditado papel.                                                                                                                                                                     

Sem comentários: