sábado, 26 de novembro de 2016

Máquina de dinheiro


O mercado, e não apenas o mercado de trabalho, enquanto oferta e procura a determinado preço, é uma das formas possíveis de um sistema de trocas e está condicionado pelos poderes no mercado.
Seria bom que o mercado fosse um factor de justiça e de desenvolvimento e nunca o contrário. Verificamos que há muitos mercados e que uns interferem nos outros, nem sempre no bom sentido. Se os mercados fossem mercados de mercadorias propriamente ditas, de bens e serviços, já seria difícil assegurar a liberdade de mercado.
Mas como os mercados se sublimaram em "mercado" do dinheiro, sendo este o grande e indomável estruturador dos nossos tempos, o ponto de dependência, crescente, dos mercados relativamente às estruturas financeiras, subverte o sentido corrente da palavra mercado, esvaziando-a, porque um mercado de dinheiro, nem em sentido metafórico, é um mercado.
Então, vou pensar na hipótese, que me parece promissora, de o dinheiro acabar e de, nem por isso, diminuir a quantidade de bens e serviços.

sábado, 19 de novembro de 2016

Para ser científico


Sou contra  todas as tentativas de "imposição" de crenças, religiosas, científicas, filosóficas, ideológicas... Mas o que é mais corrente é isso: todos, desde os ateus aos cépticos, não param de tentar "expandir" a sua fé. 
Na ciência é a mesma diligência. E por aí fora. 
Mas eu sou contra isso, porque sou preguiçoso e não me preocupo com a sorte das pessoas após a vida. 

Preocupo-me com a sorte dos vivos, tanto daqueles que são vivos de mais como daqueles que são vivos o suficiente para viverem à custa dos menos vivos, ou dos mortos.
A minha preguiça tem a ver com isso, com a preocupação que tanta gente que me não conhece tem por mim. Eles são escritores, poetas, cientistas, papas, políticos, militares, médicos, professores, juízes, polícias, cantores, construtores de automóveis e de aviões, farmacológicas, etc., etc.. 

Habituado, como estou, desde que nasci, a ver tanta gente envolvida em "guerras" e em "pazes" por minha causa, deixei de me preocupar. Afinal, não preciso de me preocupar. 
Mas preocupo-me porque quero paz e liberdade, não quero que me forcem a ser feliz, não quero que sejam infelizes só porque eu não me vou salvar.
Enfim, a minha preguiça não vai tão longe que eu não queira dialogar. 

Então, sempre que me aparece um artista, um cientista, um "iluminado", um político...que me quer salvar, eu agradeço e peço apenas uma coisa em troca de ouvir: que me deixem falar tanto quanto os ouça. 
E marco no relógio. Para ser científico. 
Assim, eu tenho alguma certeza de estar de igual para igual.