sexta-feira, 31 de maio de 2024

A lira

Quem se deixa tocar pela lira começa por ser surpreendido pelas palavras e não deixará de se render ao seu fascínio e poder de efemeridade, mesmo quando este é o reverso intangível dos decretos.
Ao eclipsar-se, por amor da relativa arbitrariedade das sentenças, trafega promessas de além e acústica vocabular, em toada de pregoeiro oculto, afinando em realejo de sonoridades arrepiantes, critérios de um fruto estético que, rogada e avaramente, haverá de surtir poético.
Carlos Ricardo Soares

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