O homem é quem dá sentido
a tudo e nada senão o homem dá e toma sentido ao humano.
Qualquer ideologia que coloque o homem ao serviço de algo que não tenha o
homem como princípio, meio e fim, só pode estar errada e, se tiver força, arrastará
a humanidade para o abismo. Nenhuma liberdade ou poder individual, por
conseguinte, nem poder de grupo, de partido, igreja, nacional, ou estadual,
poderá legitimamente sobrepor-se e sacrificar a liberdade, direitos de
exercício e de gozo, de qualquer indivíduo. Nem o dinheiro, nem o lucro, nem o
interesse colectivo, nem o interesse de um indivíduo, por mais idolatrado que
seja, poderá justificar o sacrifício ou as restrições aos direitos de ninguém.
Só o homem tem dignidade, capacidade e legitimidade para reivindicar e
realizar o estatuto de sujeito, activo e passivo, dos significados e dos
sentidos.
O discurso da subordinação dos interesses individuais, seja a uma
divindade, seja à nação, ou outra coisa qualquer, mesmo quando tem subjacente
que isso é no interesse do indivíduo, ou que os interesses do indivíduo são
assim mais bem salvaguardados, é um discurso legitimador, na prática, do
domínio de uns sobre os outros, dos que se arrogam representar as divindades ou
a nação... sobre os outros.
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