Se não quisermos trabalhar no estabelecimento do que
está errado no rumo que a humanidade tem tomado, que pode ser um trabalho
enfadonho e chato e impopular (e inútil), podemos sempre pensar que nada está
errado e continuar.
Afinal, do ponto de vista da natureza das coisas,
certo e errado não existe.
É assim que tem funcionado o nosso mundo, sem que as
religiões, a ética ou as leis desequilibrassem a balança para um dos lados.
O comportamento dos humanos, enquanto indivíduos, mas
sobretudo enquanto grupos e organizações, tem sido de uma irresponsabilidade
brutal e demolidora, isto na perspetiva de que a irresponsabilidade de uns é
apresentada e aproveitada para justificar uma irresponsabilidade ainda maior de
outros e que, todos, só fizeram o que tinham a fazer.
Não sei se a cultura nos salvará de alguma coisa, mas
sei que ela é um motor poderosíssimo que se pensa a si mesmo como tal, mas não
ao ponto de saber o que quer, de o querer saber, de o fazer crer e de o fazer.
Só por isso, é assustador pensar que, fora da cultura,
não existe esperança, não temos nada.
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