sábado, 26 de junho de 2010

Realidade e discurso (sobre a mesma)



Por um lado temos a realidade, os fenómenos observáveis. Por outro, temos as representações dessa realidade e o discurso sobre a mesma. As leis do pensamento e da linguagem e do intelecto mostram-se muito toscos instrumentos de análise e de compreensão dos fenómenos. Mas, ao mesmo tempo, são eles que nos permitem reflectir criticamente sobre os próprios limites e as contingências das linguagens. Em parte, será porque o acesso a essa realidade é condicionado à partida pelas características desses instrumentos. Noutra parte, o acesso à realidade é fortemente condicionado pelo nosso interesse na mesma.
A tendência para considerarmos que o que não observamos não existe ou que só existe o que conseguimos abarcar é por sua vez uma determinante. Noutra parte, ainda, o que observamos e o que podemos concluir sobre o que observamos não é mais do que aquilo que esses instrumentos alcançam. Um dos aspectos em que esses instrumentos se revelaram surpreendentes foi a capacidade de se observarem e analisarem a si mesmos e de produzirem e desenvolverem instrumentos com capacidades cada vez maiores de observação e de análise. 



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