domingo, 9 de março de 2014

O céptico



O cepticismo, por definição, não aquece nem arrefece, seja no domínio filosófico, seja noutro domínio qualquer e, alguém dizer-se céptico, retira-lhe a base de afirmação seja do que for. Um céptico, em rigor, nem pode dizer que é céptico porque, sendo céptico, pelo menos, tem de duvidar. E se pretender contestar ou contrariar alguém que, por exemplo, manifesta uma crença, o céptico está a contrariar-se a si mesmo, pelas razões expostas. Ser céptico, se formos a pensar com rigor, significa "recusar ou impedir-se a si mesmo de tirar conclusões ou ter ideias". 
Para que serve uma atitude dessas?
Um céptico, na acepção filosófica, que é a que está em causa, é céptico relativamente a tudo e em todas as situações, incluindo o seu cepticismo.
A um céptico nunca se perguntará o que pensa. A opinião dele está estabelecida a priori, ou seja, não tem. Ser céptico nem sequer é uma opinião.


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