Se as notícias que temos correspondem
aos factos, temos que lamentar as condutas dos visados (a propósito da Administração da CGD).
Se as notícias não correspondem aos
factos, temos que lamentar, tanto ou mais ainda, que não sejamos informados,
mas desinformados, com a conivência dos responsáveis políticos que deixam andar
tudo em águas turvas, por conveniência inadmissível.
Seja como for, a ideia de que a gestão
de uma empresa privada e de uma instituição/empresa pública se pauta pelos
mesmos princípios e lógica de interesses, apesar de ser bastante comum (como se
o Estado concorresse com os privados para arrecadar os ganhos que estes
pudessem ter) é estapafúrdia e demagógica.
Eu apostava que indivíduos que fazem
muitos lucros nas empresas privadas (se calhar o Trump é um desses) não podem
ser bons gestores, nem governantes, em instituições públicas.
Não discuto questões de eficiência e de
produtividade física, refiro-me, por exemplo, ao facto de que o Estado, quando
tira é para dar/pagar e, quando paga, toda a gente tem o direito de saber o quê
e a quem e porquê.
A gestão do aparelho do Estado, se tem
algum paralelo com a gestão privada de uma empresa, ou grupo de empresas, é por
estar nos "antípodas" destas. Acredito que, mais cedo ou mais tarde
vai ser preciso assumir a necessidade de formação de gestores vocacionados para
a gestão pública e, no que respeita à política, a mera vontade, ainda que
sufragada por maiorias, não convém aos que querem e esperam e lutam pelo
melhor, ou seja, pelo que assenta em fundamentos de governabilidade
consistentes.
No mesmo sentido, se queremos que a
política deixe de ser o domínio dos oportunistas e dos oportunismos, se
queremos afastar da política a peçonha da demagogia e dos pedintes de votos,
que vergonhosamente se sujeitam até serem eleitos, chantageando e sendo
chantageados, vai ser preciso definir um perfil ao qual deverá corresponder
quem quiser candidatar-se e submeter-se a eleições. Nada é mais desmoralizador
do que o espectáculo e as consequências que nos têm proporcionado as
democracias e os seus sistemas eleitorais.
Mas, voltando à gestão, existe uma
cortina "blackout" no domínio financeiro, que separa o comum dos
mortais (robertos) dos senhores desse(s) mercado(s) manipuladores dos
cordelinhos. Eles riem dizendo que toda a gente sabe que assim é, que faz parte
do "espectáculo", mas quando o espectáculo não tem graça, o que se
passa atrás da cortina é o que mais interessa e vemos que é um jogo que nos diz
respeito.