sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A objetividade é uma terra de ninguém


Há áreas que, na verdade, não queremos tratar com objetividade, porque a objetividade é uma terra de ninguém. O nosso amor (às causas) leva a primazia sobre tudo o mais. E a própria ciência é perigosíssima se não for por amor à verdade.
Há os que defendem aquilo em que não acreditam, porque a função deles é defender tudo o que lhes interessar (muitos políticos e advogados...E também pseudo-cientistas e pseudo-filósofos e pseudo-sacerdotes e comerciantes da banha da cobra e militares, etc...,) e há os que defendem ilusões, convencidos de que estão a defender realidades e os que não defendem nada...
Defender valores supõe uma predisposição criativa e otimista e interpelativa, não ostensiva, nem hostil, para a construção, para a comunicação e a partilha proveitosa. Isto não costuma acontecer nos negócios e no mercado dos egoísmos, nessa esgrima cínica e sádica cujo objetivo é apenas punitivo (das fraquezas, da estupidez, da inépcia, da arrogância, enfim, dos defeitos e dos défices).
A cultura da competição, qual Esparta, encontra na adrenalina e na droga o clímax do nada e do absurdo. A cultura da solidariedade e da alegria das pequenas etapas vencidas, na aprendizagem, na doença, nos trabalhos, nos dias vividos a observar as abelhas e as estrelas, está ameaçada de morte.
Do que eu tenho a certeza é que a maioria das pessoas aspira a que as deixem viver, em paz, nem querem que as ajudem, só querem que não as estorvem, que não as persigam, que não as explorem, que não se atravessem no seu caminho.
A escola é uma instituição mobilizadora, tal como uma igreja, ou um Estado, que tem de saber responder às questões do sentido, do interesse, do valor, da verdade, do presente e do futuro, mais do que do passado, sob pena de ser um instrumento de tortura.

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