domingo, 17 de junho de 2012

Estética, arte e moral


Não me parece que haja moral "fora" da consciência axiológica do homem, do mesmo modo que não concebo que haja estética se não houver experiência estética. A relação entre perceção estética e experiência estética é algo "circular" se pensarmos que o juízo estético, por ténue que seja, é constitutivo de uma e de outra, tal como a experiência moral envolve um juízo moral. E não será por isso que a "aprendizagem", a "educação", a visão do mundo e da vida, parecem estar sempre implicados no processo de reconhecimento e avaliação do estético?
No domínio dos valores, como será o da estética (nas obras de arte) e da moral, o formalismo terá a ver principalmente com o reconhecimento de que "umas coisas" são mais "valorizadas" e "apreciadas" do que "outras". Grande parte das obras de arte não passam de formalismo porque aproveitam e laboram excessivamente aquilo que é suposto provocar reações estéticas, como se houvesse "coisas" estéticas por definição. Em determinado momento, o juízo estético também é um juízo (mais ou menos consciente) de mérito artístico acerca do autor.
Diria que, se de tudo, até do que pensamos, temos ou podemos ter experiência estética, então, toda a experiência é, ou pode ser, estética (do feio, do bonito, belo, horrível, agradável, desagradável, assustador, apaziguante, animador...). Nesta ordem de ideias, a (s) arte (s), também nos proporciona (m) (e não podia (m) deixar de proporcionar) experiências estéticas. A diferença é que, proporcionar experiências estéticas não só é objetivo essencial das artes, como, ainda, estas o fazem intencional e deliberadamente.