quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Nas filosofias o ideal e os ideais ocupam lugar proeminente


Nas filosofias, o ideal e os ideais ocupam um lugar muito destacado de reflexão e análise, já no tempo de Platão.
Na religião, parece-me haver quem tenha uma visão do homem e do mundo a caminho de um ideal (de perfeição, questiono o que seja perfeição), como se Deus tivesse um plano ou projecto em realização e haver quem não sobrevalorize essa perspectiva, vivendo a sua fé no plano das coisas como elas são, sem preocupações ou interesse quanto ao que poderiam ou poderão ser, sem considerarem que, por exemplo, orar ou ajudar os que sofrem é cumprir algum tipo de ideal.
O ideal, entendido como a perfeição de uma forma ou de uma representação mental ou intelectual não passa disso e não substitui o real. Quando dizemos ideal=representação mental, não estamos a dizer ideal=representação gráfica(p.exemplo); esta representação gráfica é real.

2 comentários:

Miguel Oliveira Panão disse...

Caro Carlos,

também em tempo me questionei sobre o que queria dizer com perfeição. No meu caso recordava da frase do Evangelho que diz "sede perfeitos". Actualmente quando penso em perfeição, penso em Deus, logo, penso nos relacionamentos porque Deus é relação. A questão seguinte é que tipo de relacionamentos. Na minha opinião, ainda na lógica Cristã, seriam relacionamentos de amor recíproco. Amor que é dom-total-de-si-mesmo. Contudo dou-me conta a lógica de base Cristã é suficientemente universal para ser vivida por todos. Curioso ...

Abraço e parabéns pelo blog :)

Carlos Ricardo Soares disse...

Caro Miguel,
quando ouço, até pessoas simples, analfabetas, dizerem que «perfeito só Deus», julgo compreender sem esforço e não discordo. Mas que representação podemos fazer da perfeição? Isso já me questiono, para compreender melhor os mecanismos de comunicação e de entendimento e de inteligência do homem. A inteligência, no sentido de visão significante a partir do concreto, é um fenómeno de abstracção que não devemos recusar nem negar ao nosso espírito. E o amor é talvez o maior desafio à nossa inteligência. Amar O que é perfeito devia ser tão óbvio que não teria mérito. Mas o nosso amor a Deus parece que passa pelo nosso amor às Suas "criaturas" imperfeitas. Não sei se estou a exprimir-me de modo claro.
Obrigado pela visita e pelas palavras lúcidas.
Um abraço