sábado, 21 de agosto de 2010

As ideias e os ideais não brotam do nada



As ideias e os ideais não brotam do nada, derivam de percepções da realidade. Não são uma fotografia do que se vê ou outro registo sensorial, intelectual, etc., em forma de cópia. São uma elaboração complexa das percepções processadas na pessoa mas não necessariamente pela pessoa. Quer dizer, é um processo em que a vontade do sujeito normalmente não intervém e, quando intervém, é já numa fase de elaboração avançada.
Que representação podemos fazer, por exemplo, de uma coisa que nunca vimos?
Ou, que representação podemos fazer, por exemplo, de um cheiro?
De uma voz, ou de um som, ou de um paladar, ou de uma dor de dentes?
Que ideia poderia o homem fazer de Deus, antes de Jesus Cristo?
E Que ideia pode o homem fazer de Deus, depois de Jesus Cristo?


2 comentários:

Miguel Oliveira Panão disse...

Belo post Carlos,

Recorda-me uma vez quando pedi a um grande amigo que perdeu a fé porque a ciência explica, logo, já não preciso de Deus, para me pintar o amor. Há realidades que não se pintam. Vivem-se.

Por outro lado, ao ler o teu post lembrava-me do filme "inception" onde se falava também da questão da origem de uma ideia. Sugiro-te este comentário do Fr. Barron que me pareceu muito interessante (link).

Carlos Ricardo Soares disse...

Miguel,

explicar as coisas é uma, entre outras, das facetas do que elas são, ou podem ser, para nós. Explicá-las não lhes acrescenta, nem lhes tira nada, mas permite-nos abordá-las de forma mais controlada e, se necessário, aprender a submetê-las e a instrumentalizá-las.
A maior parte das coisas interessam-nos essencialmente pelo prazer e pela alegria que dão à nossa vida e não pelo que sabemos sobre a sua composição e funcionamento.
Obrigado pela ligação, que já segui e estive a ver. Quando tiver oportunidade, gostava de ver esse filme.
Abraço